Fator de risco para a COVID-19, Tabagismo mata mais de 8 milhões por ano no mundo

No dia Nacional de Combate ao Fumo, 29/08, cardiologista do Hospital da Luz alerta sobre a importância de buscar ajuda especializada para conseguir parar de fumar

São Paulo, SP (agosto de 2021) – Além da lista de mais de 50 enfermidades causadas em decorrência do tabagismo, pesquisa realizada recentemente pelo Imperial College de Londres com 2,4 milhões de pessoas mostrou que fumantes apresentaram 14% mais risco de infecção pela COVID-19 e 50% mais chances de desenvolver sintomas mais graves da doença. A maior vulnerabilidade dos fumantes à COVID-19 foi confirmada também pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outra pesquisa realizada pela Fiocruz aponta que 34% dos fumantes brasileiros admitiram ter aumentado o número de cigarros fumados durante a pandemia. No Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29/08, o cardiologista do Hospital da Luz, Dr. Marcos Rassi, comenta sobre a relação do tabagismo com a COVID-19 e alerta sobre a importância de buscar ajuda especializada para conseguir para de fumar. “O ato de fumar pode ter como consequência doenças pulmonares e cardíacas, além da capacidade respiratória reduzida. Fatores que contribuem para que os fumantes tenham um risco maior de desenvolverem a forma mais grave da COVID-19”, explica o especialista. “Além da dependência química, há também a dependência psicológica. Por isso é tão importante o acompanhamento multidisciplinar”, complementa.

O Plano de Ação Global da OMS para a Prevenção e Controle de Doenças Não Transmissíveis 2013–2020 inclui uma meta para reduzir a prevalência global do uso de tabaco (com e sem fumaça tabaco) em 30% até o ano de 2025 em relação a 2010. Embora o Brasil venha reduzindo o número total de fumantes nos últimos 13 anos, caiu 38% entre 2006 e 2019, dados da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, apontam que 9,8%, ou seja, 22 milhões de brasileiros ainda têm o hábito de fumar.

“O cigarro causa doenças cardiovasculares, pulmonares, diabetes e câncer, o que implica na morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano em decorrência do tabagismo. Depois de três meses após parar de fumar a função pulmonar melhora em até 30% e também há melhora na circulação sanguínea. Ou seja, quanto antes a pessoa iniciar o processo para parar de fumar, mais rápido o corpo recupera a vitalidade”, conclui o cardiologista.